Lidar com o momento de despedida de um ente querido é um momento que exige muita força. Afinal, como superar o luto em família? Confira nossas dicas para isso!
Aceitar a morte de alguém é uma tarefa dolorosa e que exige tempo, principalmente se esse alguém era um membro de convivência diária, como um membro do núcleo familiar. É, então, que muitos se perguntam: como lidar com o luto em família?
O processo de luto não tem data marcada para acabar e é muito pessoal, mas suas implicações atingem familiares, amigos, colegas, etc. O luto, quando vivido em família, tende a ser um pouco mais fácil de suportar justamente por um ter o apoio do outro.
E, mesmo assim, muitas famílias não sabem como se reorganizar após a ausência definitiva que a morte de um dos membros causa. Por isso, selecionamos neste texto o que você precisa saber para lidar com o luto em família. Confira!
O que é o luto em família
O luto é um processo sentimental que gera tristeza profunda pela morte de alguém. O termo é originado do Latim “Luctus”, que significa dor, pesar, aflição e está relacionado a perda.
E, embora seja bastante comum associar a palavra “luto” à morte, o momento pode se referir a qualquer tipo de perda ou rupturas vividas. Nesse sentido, pode ter um significado diferente e gerar emoções distintas em cada pessoa.
Isso porque é um sentimento bastante pessoal, mas pode ser, sim, superado junto a quem a gente ama, como no caso do luto em família.
O processo de luto não ocorre apenas no individual justamente por não se isolar de outros processos. Por exemplo, no caso do luto em família, os sentimentos gerados em cada um terão influência do ciclo de convívio em relação a quem faleceu. Isso tem a ver com:
- O papel que a pessoa falecida desempenhava na hierarquia familiar;
- O grau de poder que ela tinha na família;
- O nível de afinidade e envolvimento afetuoso com os membros.
Entenda as etapas do luto
Alguns psicólogos evidenciam que o processo de lidar com a morte de alguém, seja com o luto em família ou o luto de amigos, por exemplo, tem algumas etapas.
No novo cenário de vida, em que um ente querido já não está mais presente, é preciso se adaptar novamente à realidade. E encontrar forças para isso nem sempre é fácil, por isso é importante não ultrapassar as fases do luto.
Segundo a psiquiatra suíço-americana Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004), com base na sua experiência na área, estas são:
- Negação: o estágio da negação é quando a pessoa enlutada nega a situação. Então, ela não fala sobre o assunto e se desvencilhar de tudo o que possa lhe lembrar da realidade, tocando a vida como se nada tivesse acontecido;
- Raiva: essa fase pode durar desde as primeiras semanas até seis meses. A raiva vem do estado de inconformidade com o que aconteceu. Isso pode vir acompanhado de choros, falta de sono e de apetite, por exemplo;
- Barganha: esse é um estado em que a pessoa enlutada cria ideias de reverter a situação, como se fosse uma negociação. Dessa forma, a morte se torna algo que pode ser impedida e é isso que a pessoa tenta fazer (com pedidos a Deus, pactos, promessas).
- Depressão: nesse momento, a pessoa enlutada já se distanciou da ficção de que poderia reverter a situação e dá lugar ao sentimento de vazio. É aí que ela se conscientiza sobre a situação, se isolando e ficando mais cansada que o normal. No fundo, ela não vê saída;
- Aceitação: então, a nova realidade passa a ser aceita, e a pessoa entende que precisa superar o ocorrido. Essa é a fase crucial em que é possível reorganizar os sentimentos e as ideias. Com o tempo, o vazio vai desaparecendo e a dor vai diminuindo.
A importância de viver o luto em família
Quando você entende que a perda de um ente querido é um processo que vai sendo superado aos poucos, compreende também a importância de viver o luto em família.
Embora cada um tenha seu tempo, se quem faleceu era membro do grupo familiar, compartilhar esse momento faz bem.
Nós tendemos a sentir maior alívio quando encontramos alguém que já viveu algo parecido com o que estamos vivendo. No caso da morte de um familiar, a ajuda mútua favorece tanto o desenvolvimento pessoal quanto o funcionamento da convivência coletiva.
A importância do luto em família está no enfrentar junto uma situação que acomete a todos. Dessa forma, um se torna o suporte que o outro precisa. Sabe aquele lema de que você não tem que passar por isso sozinho? É real. Afinal, todos estão passando pelo momento junto com você.
O maior fato com relação à dor que fica quando alguém da família se vai é aceitar que o luto precisa ser vivido. Quanto mais os membros aceitarem esse momento, haverá mais chances de superá-lo sem que haja outro grande impacto, como o adoecimento de alguém.
E, nisso, o luto em família é ainda mais importante, uma vez que você terá com quem conversar, chorar, relembrar, compreender, aceitar e seguir adiante.
Como lidar com o luto em família
Embora o luto em família seja muito importante e possa resultar em uma superação mais saudável da despedida do ente querido, ainda é possível que algumas dificuldades familiares ocorram e abalem o grupo.
Por exemplo, nesse caso, o luto é tanto coletivo quanto individual. A pessoa precisa lidar com a falta que o ente querido faz para ela, em seu pessoal, e também para a família, na dinâmica e vivência diária.
Por isso, pode ser que, mesmo vivendo o luto em família, cada membro tenha suas emoções e modos de lidar com o momento.
Enquanto um pode estar na fase da negação, o outro pode se encontrar no estágio da raiva. E, o jeito é respeitar cada momento e ser um pilar para o outro sempre que ele precisar e vice-versa.
O que pode ajudar neste momento
Quanto ao momento de superação no pós-morte, é possível que algumas ações ajudem a vivência do luto em família, como:
- tentar se manter na ativa, seja no trabalho, nas instituições religiosas, realizando passeios em família, etc.;
- manter a lembrança da pessoa falecida viva e afastar as dores, ou seja, ao invés de lamentar a morte dela, celebrar o que ela fez em vida;
- compartilhar seus sentimentos uns com os outros sempre que estiverem precisando desabafar, este é o maior bem em ter alguém vivendo o mesmo que você;
- mesmo que cada um queira lidar com o luto de forma diferente, é importante que os membros se unam para cuidar uns dos outros, estando atentos aos momentos ruins para ajudar quando for necessário;
- consolar um familiar que perdeu o mesmo ente querido que você é olhar para o momento com outros olhos, é se auto consolar;
- compreender que, embora um dos membros tenha falecido, vocês ainda são uma família e precisam um dos outros.
Além dessas ações que podem ajudar você a superar o luto em família, há também algumas atividades que podem ser terapêuticas, realizadas no individual ou no coletivo:
- praticar exercício físico;
- adotar a prática de escrever em um diário;
- montar um álbum de fotos da família;
- fazer passeios com amigos e familiares;
- realizar uma viagem familiar;
- buscar ajuda profissional, como terapeutas ou psicólogos.
Por fim, esperamos ter ajudado você a entender como superar o luto em família. No entanto, saiba que, embora não haja regra para este momento, é importante saber que você não está só.
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