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O que é a taxidermia?

A taxidermia consiste em uma técnica de montagem e preservação de animais, de forma a exibi-los tais como quando estavam em vida.

O termo, que significa “dar forma à pele”, é utilizado para manter o formato de animais sem vida, para que possam ser relembrados, exibidos ou estudados.

Animais taxidermizados têm sua forma da pele, planos e tamanhos preservados, de forma que fiquem muito semelhantes à sua forma original, contribuindo para a comunidade científica ou para a cultura geral.

Além da taxidermia, outras formas de conservação de corpos já existiram na humanidade, como a técnica de mumificação, abordada no artigo “Processo de mumificação: entenda esse procedimento histórico”.

A origem da taxidermia

As técnicas de conservação de corpos – de seres humanos ou animais – existem há muitos anos e acompanham a cultura e história de diversos povos, como os da América do Sul, Egito e Europa.

As múmias dos Chinchorros

Os povos primitivos que ocupavam o deserto do Atacama, no norte do Chile e sul do Peru, denominados “Chinchorros” já utilizavam as técnicas de preservação de corpos, através da taxidermia, há aproximados 7.000 anos atrás.

Com a finalidade de conservar os corpos dos entes falecidos, retiravam todos os órgãos e encobriam o esqueleto com a pele, sendo sua estrutura reparada com pedaços de madeira e todas as cavidades preenchidas com cinzas, ervas e pêlos de animais.

Mesmo sem data precisa do início da utilização da técnica de taxidermia, tem-se nas múmias dos Chinchorros o emprego mais antigo desta prática.

As múmias do Egito

Apesar de serem muito mais sofisticadas, as múmias egípcias também representavam uma forma de preservação de peles, tecidos e órgãos, e, portanto, são importantes no estudo da origem das técnicas de taxidermia.

Como citado anteriormente, no artigo “Processo de mumificação: entenda esse procedimento histórico”, abordamos sobre a história da mumificação e os procedimentos adotados para a aplicação da técnica em corpos sem vida, que no Egito era empregada há estimados 5.000 anos atrás.

A taxidermia dos Europeus

Com a expansão marítima dos países europeus, entre os séculos XV e XVI, iniciou-se a exploração dos recursos das Américas, ricas em fauna e flora.

Nesses tempos, muitas espécies de animais eram extraídas dos solos das Américas, para serem demonstrados aos povos europeus, tendo em vista suas diferentes formas e cores.

Em algumas vezes, eram exibidas como grandes “prêmios”, tendo em vista a dificuldade para obtê-los, como o contato com grandes florestas, rios e perigosos animais.

Durante as longas viagens de navios, muitos animais morriam, tendo em vista as condições precárias em que estavam expostos. Vinham a falecer, até mesmo, quando já estavam em seu destino final, pela falta de adaptação aos novos climas a que estavam submetidos.

Nesse tempo, a taxidermia era utilizada para preservar aves de formas e coloração exuberantes, que eram presenteadas aos membros da realeza, como “itens” de luxo.

Uma nova função para a taxidermia

Porém, ainda no século XVI, a técnica reaparece como uma forma de ampliar o conhecimento e estudo da diversidade apresentada pela fauna das mais variadas regiões.

Com o aumento das viagens aos continentes colonizados, as amostras dos mais variados tipos de animais, vegetais, minérios e outros itens, também ficavam mais volumosos, motivando a criação dos “Quarts de Maravilhas”.

Esses Quarts constituíam quartos com uma vasta quantidade de animais taxidermizados, provenientes das expedições aos continentes, que, em sua maioria, eram conservados em sal.

Os Quarts surgiram não somente pela necessidade de organizar os animais capturados, mas também como uma forma de aumentar prestígio e status, uma vez que maiores coleções representavam maior poder.

Esses espaços foram extintos no século XIX, e hoje são considerados os antecessores dos museus de artes e história natural.

O povo Shauas

A taxidermia também foi observada em utilização no povo Shauas, índios que habitavam a floresta amazônica, que aplicavam técnicas de conservação de estruturas e peles em crânios de indivíduos considerados inimigos ou prisioneiros, além de familiares e entes queridos falecidos.

A taxidermia nos dias de hoje

Atualmente, a técnica é utilizada para fins didáticos e científicos, preservando animais vertebrados para exibição e estudo.

Com a utilização de procedimentos mais inovadores, os taxidermistas mais famosos do mundo conseguem reproduzir até os músculos e veias dos animais, por meio de argila ou papel machê, antes de cobri-los com a pele.

Além disso, recriam seu habitat natural, como forma de expor os animais em situações similares à sua realidade no meio ambiente, transformando a taxidermia em uma verdadeira arte.

O pai da taxidermia moderna é Carl Ethan Akeley, escultor, naturalista e inventor nova-iorquino, cujas obras mais famosas estão expostas no Museu Americano de História Natural de Nova York.

Finalidade da técnica

No Brasil, a taxidermia é aplicada, em geral, em animais provenientes de zoológicos ou criadouros registrados, que vieram a óbito, bem como naqueles encontrados atropelados em estradas.

Os animais taxidermizados são, então, enviados a instituições cientificas, para que sejam expostos e pesquisados.

Em outros países, cuja legislação permite, os animais taxidermizados podem ser encontrados à venda em lojas.

Também, podem ser fruto do desejo de seus donos em manter a recordação de seus bichos de estimação ou animais provindos de competições ou pescas.

Materiais e ferramentas utilizados

Para realizar a técnica de taxidermia, é necessário um conjunto de instrumentos, ferramentas e produtos químicos, que garantem o sucesso do processo de empalhamento de aves e mamíferos.

Formol, tetraborato de sódio, paraformoldeído, alúmen de potássio e cloreto de sódio são algumas das substâncias utilizadas para curtimento, conservação e fixação da pele dos animais no processo de taxidermia.

Arames, algodão não-hifrofilo e linhas são alguns dos itens utilizados para dar sustentação, preenchimento e forma aos animais, por meio da utilização de tesouras, agulhas, facas, pinças, entre outros materiais.

Além disso, são utilizadas próteses artificiais de dentes, olhos e língua, garantindo maior realismo às peças.

A vantagem da técnica

Quem já pôde conferir um animal taxidermizado de perto, certamente se espantou com a naturalidade e realismo das peças.

A beleza e a estrutura dos animais são encantadoras, e, com a técnica de preservação, fica fácil estar perto e conferir todos os detalhes de cada um deles. Tanto para a comunidade científica quanto para a cultura geral, pode-se afirmar que é um procedimento necessário e de grande valia

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